Gatos da Caatinga defendem felino em extinção na Restaura Natureza 2023


9 de outubro de 2023

O grupo Gatos da Caatinga, formado por estudantes da Escola Municipal de Tempo Integral Joaquim Rosal Sobrinha, na cidade de Bom Jesus (PI), ficou em 5º lugar nas duas categorias (Comissão Julgadora e Votação Popular) da Restaura Natureza,da Olimpíada Brasileira de Restauração de Ecossistemas, realizada pelo WWF-Brasil e organizada pela associação Quero na Escola.

Coordenados pela professora Maria Elizabeth Borges Zanon, os estudantes Carlos Daniel Reis Fonseca, Clara Oliveira Santos, Lucas Emanuel Fonseca Gonzaga, Pedro Henrique Macedo de Araújo e Vitor Hugo de Oliveira Fonseca resolveram, após a fase online, defender o gato mourisco, também chamado de jaguarundi, uma espécie local em extinção, na fase prática da 2ª edição da Restaura Natureza. 

“A ideia surgiu porque dois professores encontraram, em uma viagem aos Cânions do Viana, um gato debilitado por desnutrição. Pesquisamos e descobrimos que ele era de uma espécie que corre risco de extinção”, conta Clara Santos, integrante do grupo. O jaguarundi é uma espécie de felino que habita florestas de planícies e matas e pode ser encontrado em todos os biomas brasileiros, mas está vulnerável. 

O Gatos da Caatinga preparou cartilhas e folders sobre a importância da espécie para o ecossistema local e visitou seis comunidades rurais para entregar esse material aos moradores para propagar a ideia de que é possível conviver em harmonia com a espécie. Além disso, visitaram a Câmara Municipal e pediram a um vereador para apresentar um Projeto de Lei para doar telas aos moradores de baixa renda da região do Viana, para que possam prender suas galinhas e evitar que elas sejam atacadas pelo felino, que acaba sendo morto pelas pessoas, em situações como esta. “O gato mourisco tem instinto predador, não ataca somente galinhas, mas também cobras e animais peçonhentos”, explica Lucas Emanuel, integrante do Gatos da Caatinga.

O grupo também visitou as Secretarias de Meio Ambiente, Turismo e Desenvolvimento e de Educação, para apresentar o projeto e compartilhar os conhecimentos adquiridos, além de firmar parcerias para ampliar a ação de conscientização. Na região dos Cânions do Viana, local turístico próximo à escola que foi visitada pelo grupo, é realizada a caça clandestina que acaba vitimizando o gato mourisco.

“Fiquei muito feliz com o empenho do grupo e de seus familiares, que não mediram esforços para ajudar nas ações”, diz a professora Maria Elizabeth, que também foi responsável pelo grupo Apoenas. “Foi um grande aprendizado, de grande valia para o crescimento dos estudantes. Se você conversar com cada um dos estudantes, eles vão saber falar sobre a restauração de natureza.” 

Vitor Hugo, integrante do Gatos da Caatinga, afirma que se inscreveu na olimpíada porque tinha vontade de “se aventurar” e aprender mais sobre a natureza. “A olimpíada, como um todo, nos trouxe experiências inesquecíveis, que todos os estudantes deveriam ter. Fiquei orgulhoso do trabalho que fizemos.” Pedro Henrique, outro integrante do grupo, também aprova a experiência: “achei legal aprender mais sobre uma espécie em extinção e me conectar mais com a natureza.”

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